Confiar nos resultados dos anúncios no Google Ads é o mandamento número zero deste guia. Pode parecer bobagem, mas os pensamentos do tipo: “será que isso funciona pro meu negócio?” não me permitiam avançar com as estratégias de otimização, tão necessárias para transformar anúncios em clientes.
Comecei a fazer anúncios Google em 2013, para uma escola de inglês em Belo Horizonte. Me faltava ainda o entendimento do marketing digital, para construir uma jornada de vendas que pudesse gerar resultados mais consistentes. Mesmo assim, foi possível atrair muitas matrículas naquela época e, foi fazendo anúncios para atrair alunos para essa escola, que eu evoluí de vez para a especialização no assunto.
Até o momento que escrevi este guia (janeiro de 2020), já criei campanhas de Google Ads para mais de 150 empreendimentos, com o gerenciamento de mais de R$2 milhões de investimentos em anúncios.
Eu coloquei muito conhecimento acumulado neste guia, para ajudar você, que quer atrair clientes anunciando seu produto ou serviço no Google, a entender como funcionam e como você pode extrair resultados abundantes com seus anúncios Google.
A maior ferramenta de anúncios na internet foi feita para atender demandas de todos os tamanhos e, pode ter certeza, ela serve para o seu negócio.
Vou tentar ser o mais didático possível e, para isso, vou precisar entrar em detalhes técnicos fundamentais para você saber usar o Google Ads de verdade, e não ficar só na teoria.
Anúncios Google vs resultados orgânicos
Quando buscamos algo no Google, a tela de resultado de busca exibe anúncios e resultados orgânicos. Só pra gente não se confundir, os anúncios Google são pagos, ficam no topo e o seu funcionamento é o universo de discussão deste guia.
Os resultados orgânicos são gratuitos e sua exibição (principalmente nas primeiras páginas) obedecem às estratégias de SEO (otimização de conteúdo para ferramentas de buscas).
Aprendi que existe uma diferença tática entre os dois: fazer anúncios no Google é um caminho de resultados rápidos, que permitem um manejo total dos objetivos a serem alcançados.
Criar conteúdo para posicionamento orgânico é um caminho mais longo, com resultados graduais e que não permitem um controle tão seguro assim.
Minha sugestão é que você faça os dois: comece sua estratégia atraindo clientes com segurança pelo Google Ads e, após um determinado nível de maturidade e conhecimento, invista tempo criando estratégias para posicionamento orgânico no Google. Veja um print de uma tela de resultados de busca e entenda a diferença entre os dois:
1. Certifique-se de que as pessoas buscam pela sua oferta no Google
O Google Ads tem quatro redes principais de anúncios: pesquisa, vídeo, shopping e display. A rede de pesquisa é a mais forte, seguida da rede de vídeos (YouTube, principalmente).
Anunciar na rede de pesquisa do Google significa aparecer no Google quando as pessoas buscam por termos relacionados ao seu negócio.
Isso você provavelmente já sabia, mas é aqui que nasce este primeiro mandamento: tenha certeza de que as pessoas estão buscando por aquilo que você oferece, diretamente ou indiretamente. Mas como assim?
Antes de qualquer investimento, antes de criar qualquer anúncio, o Google Ads te permite checar se a palavra-chave que você pretende usar para exibir o seu anúncio, tem um volume de buscas significante.
Na escola de inglês que eu comecei a fazer meus primeiros anúncios Google, eu havia escolhido as palavras-chave: “curso de inglês”, “aprender inglês”, “escola de inglês” e “aulas de inglês”, e fiz um recorte para as cidades de Belo Horizonte-MG e Contagem-MG. Mas como eu teria certeza de que meus anúncios iriam funcionar? Simples, o Google me deu essa certeza com o planejador de palavras-chave:
Os prints mostram que 1.600 buscas mensais, aproximadamente, são feitas pela palavra-chave “curso de ingles” nas cidades de Belo Horizonte e Contagem. As outras palavras têm um volume menor, mas se somarmos as buscas dos quatro termos, temos mais de 3 mil buscas qualificadas todo mês na minha região de interesse.
Vale a pena também levar em conta as buscas indiretas, feitas por termos que não são diretamente ligados ao seu produto. Vamos a um exemplo: supomos que você é nutricionista e boa parte das pessoas que te contratam querem ajuda profissional para emagrecer. Logo, você pode ampliar seu espectro de palavras-chave, incluindo termos como “obesidade”, “como emagrecer” e “dieta saudável”. Essas palavras não são específicas para buscas que visam contratar um nutricionista, mas como você sabe que as pessoas estão buscando por conteúdo ou ajuda que você pode oferecer (emagrecimento), é possível fazer anúncio para elas, atraindo um público mais amplo para o seu site e usando o conteúdo do seu site para convencê-las a te contratar.
1Palavra-chave: é o nome dado à palavra, ou palavras, que podem acionar o seu anúncio. Todo grupo de anúncios na rede de pesquisa do Google precisa ter uma ou mais palavras-chave que acionam eles. As palavras-chave (keyword, em inglês) são os gatilhos que permitem exibir seus anúncios para as pessoas. Se alguém buscar por “dentista” no Google, só serão exibidos anúncios que têm a palavra-chave “dentista”.
Atenção: não confunda termo de busca com palavra-chave. Os termos de buscas são o que as pessoas escrevem no Google. Palavras-chave são o que o anunciante escolhe ao criar suas campanhas para a rede de pesquisa.
2. Entenda a estrutura fundamental dos anúncios no Google Ads
Os anúncios do Google respeitam a hierarquia conta > campanha > grupos de anúncios > anúncios e palavras-chave. uma conta de anúncios pode ter várias campanhas. Uma campanha pode ter vários grupos de anúncios. Por fim, um grupo de anúncios precisa ter pelo menos um anúncio e uma palavra-chave.
Começo aqui o segundo mandamento deste guia: entenda o fundamental da estrutura dos anúncios no Google.
Aqui fica uma dica importante: não veja a interface do Google Ads como um monstro indecifrável. Se você absorver o entendimento estrutural que vou descrever aqui, você vai ver que a interface é bastante coerente e intuitiva.
Cada estágio desses representa um grupo de decisões que você precisa tomar ao criar seus anúncios no Google. Entenda um por um:
A conta de anúncios
Se você estiver lendo este guia com o objetivo de já começar a fazer seus anúncios, agora é a hora de você criar a sua conta de anúncios no Google Ads. Você vai precisar ter uma conta Google e também definir detalhes de pagamento dos seus anúncios.
Você vai em ads.google.com, usando um computador, e inicia o processo de criação da conta, seguindo o passo-a-passo que o Google Ads te apresentar.
Algumas decisões tomadas ao criar sua conta não poderão ser editadas depois, como o país do qual você ativará os anúncios, a moeda de pagamento (reais brasileiros) e o fuso horário da conta (o Google só permite alterar uma vez o seu fuso horário, mesmo assim mediante solicitação manual).
Um detalhe importante sobre os pagamentos: o Google Brasil permite que você faça pagamentos automáticos via cartão de crédito ou pagamentos manuais via boleto ou cartão. Os automáticos são cobrados na modalidade pós-pago: você veicula anúncios e o Google te cobra depois. As janelas de cobrança, na modalidade automática, respeitam o limite disponível ou o fechamento de um período de 30 dias dos anúncios. O que vier primeiro. Normalmente o Google começa liberando R$200 de limite e depois vai ampliando, na medida que sua reputação de pagamentos cresce.
Já os pagamentos manuais com a opção de boleto bancário, respeitam a modalidade pré-paga: só libera a veiculação de anúncios se confirmar o pagamento.
As campanhas
Aqui começa a etapa estratégica dos seus anúncios. Ao criar uma campanha você já precisa ter uma estratégia em mente e começar a tomar as primeiras decisões rumo aos resultados esperados.
Você deve escolher uma meta, em seguida um tipo de campanha e depois um caminho para alcançar essa meta, como, por exemplo, visitas ao site. Entenda melhor com o print a seguir:
Em seguida, você já define o local que deseja performar seus anúncios (sua cidade, seu estado, etc), escolhe o público alvo (menos relevante para campanhas em rede de pesquisa), os idiomas que quer alcançar, define um orçamento e uma estratégia de lances (mais à frente neste guia, você vai entender melhor sobre os lances). Veja o print a seguir:
Vamos então supor que seu objetivo é gerar leads (contatos), usando a rede de pesquisa e direcionando os cliques recebidos para o seu site. Na próxima tela, você define, por exemplo, a sua cidade como local de exibição dos anúncios, determina um orçamento diário e a estratégia de lances focada em cliques (vou falar da estratégia de lances no próximo mandamento deste guia).
Não é tão complicado. Até aqui, você já decidiu muita coisa importante, como local e orçamento diário. Sua campanha já tem uma forma definida.
Ao criar uma campanha, você também define as extensões de anúncios, que serão tema do quarto mandamento deste guia.
Os grupos de anúncios
Nesse momento você já tem uma campanha criada. E, considerando que seja uma campanha para a rede de pesquisa, direcionada para pessoas da sua cidade, você já está no ponto para entrar na parte mais criativa dos anúncios: os grupos de anúncios. É hora de escolher palavras-chave e redigir seus anúncios.
Um grupo de anúncios pode conter quantos anúncios e palavras-chave você desejar, mas isso tem que fazer sentido para a sua estratégia. O entendimento é: todas as palavras-chave do seu grupo de anúncios podem acionar qualquer anúncio dentro dele. Dependendo da diferenciação estratégica de cada palavra, você precisará criar um outro grupo e assim ter anúncios específicos para ele.
Vou usar o exemplo do nutricionista para aprofundar isso. Supondo que você é nutricionista especialista em dietas para emagrecimento e você escolhe as seguintes quatro palavras-chave para a sua campanha: “nutricionista”, “dieta para emagrecer”, “como emagrecer” e “exercícios físicos que emagrecem”.
Como fazemos? Colocamos tudo em um grupo de anúncios ou criamos grupos diferentes? Eu criaria três grupos, para assim poder fazer anúncios mais específicos. Veja a tabela:
Você reparou que os títulos e descrições de cada anúncio são mais adequados à palavra-chave? Em cada grupo de anúncio você poderá fazer quantos anúncios quiser (o Google recomenda no mínimo três) mas todos precisam ser bem vinculados às palavras-chave.
Eu prefiro usar somente palavras-chave muito próximas umas das outras.
No exemplo acima, eu colocaria as seguintes palavras no grupo 1: “nutricionista”, “contato de nutricionista”, “consulta com nutricionista”, “indicação nutricionista”.
Veja a seguir um infográfico que facilita o entendimento da estrutura fundamental dos anúncios Google.
3. Aprenda sobre o leilão de anúncios e suas regras
O Google Ads exibe anúncios de milhares (talvez milhões) de anunciantes em todo o mundo. É natural que exista concorrência entre anunciantes. Mas como lidar com isso?
Se na minha cidade existem, por exemplo, dez anunciantes para a palavra-chave “escola de inglês”, e eu vou no Google e escrevo “escola de inglês” e vejo o anúncio de apenas quatro escolas, o que aconteceu com os anúncios das outras seis escolas?
Aqui vem o terceiro mandamento deste guia: aprenda como é o leilão de anúncios do Google.
O principal que você tem que assimilar é que o leilão de anúncios é a solução mais justa que o Google encontrou para lidar com a concorrência entre anunciantes. A tela de resultados de busca do Google é uma só e não comporta todo mundo que quer anunciar. O Google então faz um leilão, no qual ele analisa os lances de CPC2 (custo por clique) e o índice de qualidade3 das palavras-chave e determina quais anúncios serão exibidos e em qual ordem.
Um leilão do Google acontece toda vez que ocorre uma busca, em milésimos de segundos. Quando alguém busca um termo que pode acionar anúncios, o algoritmo do Google analisa os concorrentes e faz um leilão instantâneo, elegendo os anúncios que serão exibidos na tela de resultados da busca.
Um detalhe importante para participar do leilão é o orçamento diário. Se você tiver um orçamento diário limitado, o Google vai incluir você em poucos leilões. Se tiver um orçamento mais abundante, você participa de mais, ou até todos os leilões.
Vou descrever os dois principais elementos que formam este leilão:
Os lances de CPC (custo por clique)
Você já sabe que o Google Ads, na rede de pesquisa, cobra por clique. Um lance (termo comum de leilões) é um valor que você está disposto a pagar por cada clique que recebe. Como em um leilão convencional, você fala pro Google qual é o valor máximo que você paga por um clique no seu anúncio. Dessa maneira, o Google, ao fazer uma leitura do seu lance e do lance dos concorrentes, ele elege quem venceu o leilão. Mas não para por aí.
O índice de qualidade
Não basta apenas ter um lance alto para ter o seus anúncios exibidos. O Google também leva em conta a qualidade dos seus anúncios. Isso deixa o jogo do Google um pouco mais interessante.
A premissa desta segunda variável é a experiência de quem está buscando. O Google quer entregar resultados de busca cada vez mais adequados e compatíveis com a intenção real de quem está buscando. Dessa forma, a satisfação do usuário é a prioridade. E, se os seus anúncios estão ruins, corre o risco deles aparecerem abaixo dos concorrentes, ou nem mesmo serem exibidos. Mesmo que você tenha um lance de CPC acima do lance deles.
O índice de qualidade é um combinado que leva em conta sua página de destino, a redação do seu anúncio e o CTR4 (taxa de cliques) esperado. O conjunto destes elementos forma uma nota de 1 a 10, que, ao ser multiplicada pelo seu lance de CPC, forma o seu AdRank5.
Não se perca com esses termos. Acredite, entender o leilão do Google não é difícil. Veja a seguir uma tabela com um exemplo de resultado de um leilão do Google Ads:
3Índice de qualidade: é uma nota dada às palavras-chave dos seus anúncios. Essa nota leva em conta a experiência na página de destino dos anúncios, a taxa de cliques esperada e a relevância do anúncio. O índice de qualidade varia de 1 a 10.
4CTR (taxa de cliques): (clickthrough rate, em inglês) é a relação em porcentagem de cliques sobre visualização. Se o seu anúncio foi exibido 200 vezes, das quais 30 pessoas clicaram, logo, seu CTR é 15% (200 ÷ 30).
5AdRank: é o seu posicionamento no leilão. Um ranking que lista a ordem de exibição dos anunciantes elegíveis.
No exemplo, o anunciante C tinha um lance mais alto mas ficou depois do anunciante B, com lance mais baixo. Isso ocorreu em função do índice de qualidade do B ser superior ao C.
O único fator que você precisa se preocupar estrategicamente para se dar bem no leilão é o Índice de Qualidade. Se você focar em ter boas redações de anúncios, com uma boa página de destino, você terá um índice de qualidade
mais alto.
O lance de CPC tem mais a ver com o seu orçamento. Se você é um pequeno anunciante e sabe dos seus limites, não dá pra tentar subir seu AdRank investindo muito em lances de CPC.
Não quero dizer que dar o lance certo não é estratégico. Você pode, por exemplo, escolher dar lances mais baixos para pagar menos pelo CPC e ter seu anúncio exibido da 3ª posição pra baixo. Se sua estratégia te entregar resultados assim, está tudo bem.
O jogo de anúncios Google permite que você derrote um grande concorrente, talvez centenas de vezes maior do que você, se caprichar nos detalhes e rodar com um índice de
qualidade alto.
Uma dica sobre os lances: ao criar sua campanha de anúncios, você fala para o Google como quer fazer seus lances, existem duas maneiras principais: lance de CPC ou lance de conversão6. O lance de conversão é um valor que o Google calcula por resultado gerado no seu site (como o clique em um botão, preenchimento de um formulário ou uma venda). Mas essa é uma maneira que facilita a visão do custo por conversão. O lance de conversão leva em conta a média de cliques que você precisa ter para gerar uma conversão. Se você estiver criando a sua primeira campanha, você precisa colocar lance de CPC e esperar registrar pelo menos 10 conversões antes de mudar para lance
de conversão.
6Conversão: é a contagem que o Google Ads faz das ações que você espera com os anúncios. Por exemplo, se sua ação desejada é que os visitantes do seu site preencham um formulário no seu site (gerar leads), você configura a sua conversão para que o Google Ads conte toda vez que alguém clicar no seu anúncio e preencher (converter-se) seu formulário. Isso ajuda muito na análise e otimização de resultados.
4. Use Extensões de Anúncios e amplie seus resultados
Nos anúncios de pesquisa do Google, podemos entender as extensões como imãs de atenção e de cliques. Elas dão corpo e contexto para o seu anúncio, deixando ele maior, mais atraente e com mais opções para o usuário. As extensões ajudam muito na experiência do usuário.
Fica aqui então nosso quarto mandamento: criar extensões de anúncios é tarefa quase obrigatória para todo anunciante que quer ampliar sua CTR.
Eu já tive anúncios em que os cliques foram mais frequentes nas extensões do que nos títulos. Isso é comum acontecer.
O Google Ads permite 11 tipos diferentes de extensões, dentre elas temos: extensão de sitelink, extensão de ligação, extensão de frase de destaque e extensão de local.
Um detalhe bastante importante: não se confunda na hora de gerenciar suas extensões na conta de anúncios. Elas podem ser ativadas a nível de conta, campanha ou grupos de anúncios. Isso deixa sua estratégia com mais opções. Por exemplo, extensões de sitelink básicas, como “Contato”, “Blog” e “Faça um Orçamento”, podem entrar a nível de conta e serem exibidas em todas as campanhas e grupos.
Já as extensões de sitelinks mais específicas e ligadas à palavra-chave do anúncio, você pode colocar no nível de grupo de anúncios.
A única “regra” que podemos considerar para as extensões é nos preocuparmos sempre em checar se estão atraindo cliques. Trocar as extensões com frequência e observar se aumentou o CTR é um ótimo caminho para otimização. Confira a seguir as três extensões essenciais para o seu anúncio.
5. Saiba como medir e otimizar seus anúncios
Talvez não é o seu caso, mas você vai entender a comparação: sabe aquele professor de inglês do ensino médio que fez você acreditar que inglês não é pra você? Essa mesma crença existe quando alguém faz anúncios malfeitos no Google Ads. Você pode sair por aí dizendo que anúncios Google não servem pra ajudar o seu negócio a crescer.
Faça rodadas de otimização dos seus anúncios, ou você corre grande risco de perder dinheiro e, consequentemente, desistir de anunciar no Google Ads achando que ele não funciona.
Se lá na introdução deste guia eu comentei que o mandamento zero (confiar nos resultados do Google Ads) era de extrema importância, aqui eu trago o mandamento que você mais deve seguir após ter resolvido confiar de verdade nos resultados que o Google Ads podem te trazer.
Eu já vi inúmeras campanhas de anúncios no Google muito ruins que queimavam o dinheiro do anunciante e o deixavam frustrado.
A regra de otimização é simples: observar e ajustar, observar e ajustar, ininterruptamente. Crie um processo, faça otimizações uma a uma e identifique quais ajustes geram melhores resultados, em cliques e em conversões.
Um bom começo para as suas otimizações é incluir palavras-chave negativas7 nos seus grupos de anúncios. Elas permitem que você fale pro Google para não exibir seus anúncios caso algum termo seja digitado junto com sua palavra-chave.
Eu recomendo adotar janelas semanais de ajustes. Se você quer, você mesmo, cuidar dos seus anúncios, reserve meia hora por semana, em um dia e horário que for melhor pra você, e dedique-se para rodadas de otimização.
Você viu que, nas regras de funcionamento do leilão do Google Ads, o seu lance de CPC e Índice de Qualidade influenciam no seu AdRank. Quando você começar a alcançar um bom Índice de Qualidade e ver o reflexo disso em mais clientes para você, você cria coragem para investir mais nos anúncios Google.
Eu já vi anunciantes que investem R$50 mil por mês. Você pode falar que é muito dinheiro, mas isso só foi possível porque ele começou investindo menos, colhendo retorno, otimizando e ganhando confiança. Se ele investe R$50 mil mensais, com certeza colhe bem mais que isso. A rotina dele com os anúncios Google é otimizar os anúncios exaustivamente. Veja a seguir algumas dicas de otimização.
6. Considere anunciar também no YouTube
Pense em um espaço que tem quase 2 bilhões de usuários logados, por mês. Se for difícil, tente um raciocínio contrário: tente encontrar alguém que usa a internet e não conhece o Youtube.
O YouTube é a segunda maior ferramenta de busca da internet, ficando atrás apenas da pesquisa do Google. As pessoas vão no YouTube para aprender, pesquisar e se divertir.
Pretendo, muito em breve, escrever um outro guia desses só sobre anúncios no YouTube.
O YouTube é um espaço que atrai a atenção e gera envolvimento real de dezenas de milhões de brasileiros, possui recursos impressionantes de mensuração de resultados e oferece variadas modalidades de anúncios de alta eficiência, com resultados já provados para milhares de anunciantes.
Neste nosso sexto mandamento, não faltarão razões para você considerar anunciar seu produto ou serviço no YouTube.
Se você me perguntar se precisa fazer vídeos para anunciar no YouTube, não se assuste: para algumas modalidades, não precisa. Você pode exibir banners ou ícones, por exemplo. Mas é claro que o recomendado é ter vídeos para anunciar em uma plataforma de vídeos.
Se dividirmos nosso público nos níveis de descoberta, consideração e ação (divisão bastante usada por profissionais de marketing), temos opções de anúncios para todos eles no YouTube. Vejam só:
Anúncios no YouTube para a etapa de descoberta
São anúncios que você usa para fortalecer sua marca e visibilidade, para o máximo de pessoas possível, que tenham o seu perfil desejado. É uma etapa de descoberta, porque a pessoa que você quer alcançar ainda não sabe que tem um problema que você pode resolver. E, se souber que tem esse problema, nunca considerou resolver.
Por exemplo, pense em um curso de gestão financeira para crianças. Se você tem uma filha ou filho e não sabe que existe um curso desses para preparar seu pequeno para os desafios do futuro, você nunca consideraria matriculá-lo nele. Mas, se você ver um anúncio que mostra o quanto é importante despertar consciência de economia, gestão de gastos e investimentos nas crianças, você pode começar a considerar isso.
Soluções inovadoras como essas precisam ser descobertas. Diferente, por exemplo, de um curso de inglês para crianças. Esse, já temos milhares de pais indo no Google todos os dias procurando por um.
Existem duas novidades que mudam a lógica que a gente vem tratando até agora. Muda-se o critério do público e do clique.
Se nos anúncios para busca o público é determinado pelo termo que eles digitam no Google, nessa modalidade de anúncios (da etapa de descoberta no YouTube), você pode escolher públicos por perfil demográfico (idade, gênero, poder aquisitivo, escolaridade) e por interesse (hábitos de consumo, estilo de vida, assuntos pesquisados).
O critério de cobrança do anúncio também muda. Ao contrário de cobrar por clique (CPC), nestes anúncios de descoberta, o YouTube cobra por cada mil visualizações. Modalidade conhecida como CPM.
Existem dois formatos principais de anúncios para descoberta: o “bumper”, um formato de 6 segundos que o usuário não pode saltar, ou o TrueView de alcance, um anúncio mais longo que o usuário pode saltar depois de 5 segundos de visualização.
Existem dois formatos principais de anúncios para descoberta: o “bumper”, um formato de 6 segundos que o usuário não pode saltar, ou o TrueView de alcance, um anúncio mais longo que o usuário pode saltar depois de 5 segundos de visualização.
Anúncios no YouTube para a etapa de consideração
Esses já são anúncios voltados para pessoas que já têm, ou deram sinal de ter, uma intenção de compra em andamento. Pessoas mais favoráveis a comprarem de você porque já estão considerando fazer tal compra.
Aqui entra uma terceira maneira de cobrança dos anúncios: o custo por visualização (CPV). Você paga por visualização do vídeo.
O públicos da etapa de consideração são pessoas com mudanças importantes da vida em andamento (noivos prestes a casar, pais que tiveram filhos bem recentemente, jovens que acabaram de ingressar na universidade, dentre outros) e também pessoas com um certo processo de compra em curso, como aqueles que estão considerando trocar de carro ou comprar uma nova casa. O algoritmo do Google consegue mapear o comportamento em médio prazo desta pessoa, com base em sinais que demonstram que ela consideram tomar uma decisão em breve, mas ainda não tomaram.
Existem duas modalidades de anúncios para este perfil: TrueView in-stream que aparecem durante outros vídeos, e TrueView discovery que aparecem após uma busca direta no YouTube.
Anúncios no YouTube para a etapa de ação
Agir. Comprar. Clicar. Preencher. Anúncios no YouTube com o claro objetivo de despertar uma ação no usuário. Esta é a modalidade que se aproxima mais da experiência dos anúncios na busca do Google.
Estes anúncios já são voltados diretamente para resultados, como vendas ou preenchimento de formulários. Eles são direcionados para pessoas que já buscaram no Google, ou no próprio YouTube, por seu produto ou serviço, público de remarketing (pessoas que visitaram seu site), sua base de contatos (uma lista de contatos que você tenha) e público alvo semelhante (uma multiplicação do público com base no perfil do público da sua lista).
Esta modalidade tem cobrança por CPC e usa o TrueView for action como formato de anúncios, modelo que permite inserir um botão no final convidando o usuário para tomar uma ação no seu site.
O YouTube não pode ser um terreno ignorado para seus anúncios do Google Ads. A estrutura de anúncios é a mesma: conta, campanha e grupo de anúncios, e você pode conciliar, tranquilamente, uma campanha de YouTube com uma da rede de pesquisa.
Invista um pouco do seu tempo e dinheiro e considere fazer anúncios pagos no YouTube. Você poderá se impressionar com os resultados. A seguir, veja um resumo dos tipos de anúncios e públicos divididos por etapa.
7. Calcule o seu retorno de investimento e prepare-se para investir mais
Não existem limites de investimentos em anúncios Google. Grandes empresas e multinacionais investem milhões e coletam múltiplos outros milhões como resultado.
O “jogo” é claro: se está dando retorno e seu empreendimento tem capacidade de entregar aquilo que vende e promete, pise no acelerador. Os limites residem no seu negócio, na sua habilidade de extrair retorno do investimento feito e também na sua vontade.
Estamos em um país com mais de 100 milhões de brasileiros conectados à internet e praticamente todos usam o Google para buscar o que precisam.
Se você quer começar a investir em anúncios Google, prepare-se para fazer isso em definitivo para o seu negócio. E, se você tem a dose necessária de ambição, considere também ir crescendo sua carga de investimentos na medida que seus resultados crescem juntos. Este é o sétimo mandamento deste guia.
O raciocínio é bem lógico. Se você investe R$1 mil por mês em anúncios e alcança R$6 mil em faturamento, existem chances de você investir R$2 mil e faturar R$12 mil. Multiplique agora por dez e entenda onde isso pode te levar.
A sua capacidade de gestão de anúncios e gestão de negócios precisam andar juntos. O Google Ads tem recursos que te ajudam nesta projeção de vendas. Ele tem, inclusive, uma modalidade de lances sobre o ROI8 positivo. Se os anúncios estiverem dando lucro, ele investe mais, se não, ele reduz.
Calcular o seu ROI com o Google Ads vai te ajudar também a considerar outras frentes de investimentos em publicidade e comparar o ROI entre elas.
A publicidade respeita a lógica da tentativa e erro. No caso do digital, você tem a enorme vantagem de conseguir medir tudo em detalhes e conseguir respostas mais rápidas e seguras sobre o resultado do seu investimento.
8. Siga as recomendações e deixe o Google trabalhar por você
Os algoritmos do Google Ads estão gradualmente mais poderosos e conseguem trabalhar com análises complexas, fazer projeções de resultados, identificar padrões e oportunidades.
Quem faz anúncios tem a vantagem de deixar a ferramenta trabalhar por você. Aqui está o nosso oitavo mandamento: siga as recomendações do próprio Google Ads e encontre com mais facilidade os principais pontos que demandam otimização na sua campanha.
Em outras palavras, deixe a ferramenta trabalhar por você e economize tempo na operação dos anúncios.
Uma vez que você alcança uma performance destacada com seus anúncios, com ROI positivo, você não precisa mais dedicar tantas horas para monitorar intensamente seus resultados.
Essa pode ser a razão para você não precisar contratar uma agência ou um operador de anúncios. Aprenda intensamente sobre Google Ads, ative suas campanhas, siga aprendendo e depois desfrute dos resultados satisfatórios (ROI positivo). Passado essa jornada, você tem chances de precisar dedicar no máximo uma hora por semana do seu tempo para monitorar e otimizar suas campanhas.
A mágica da aba de recomendações do Google Ads é movida pelas mais avançadas pesquisas e experimentos de inteligência artificial dos engenheiros de dados Google.
Se o Google investe em inteligência artificial nos mais variados produtos que mantém, como o Google Fotos, que identifica automaticamente o rosto das pessoas, e o assistente Google, que conversa naturalmente com você, atendendo a comandos diversos. Pode ter certeza que o maior dos investimentos está na ferramenta de pesquisa do Google e no apoio aos anunciantes do Google Ads. Essa é a maior fonte de renda da multinacional e eles não vão poupar esforços para melhorar ainda mais os resultados de quem anuncia com eles.
O Google Ads mantém uma pontuação de otimização a nível de campanha, que varia de 0% a 100%. Essa pontuação não tem vínculo com o índice de qualidade das suas palavras-chave e nem com a classificação do anúncio. É uma maneira de medir se você está em dia com as recomendações apresentadas. A estratégia de otimização sugerida pela ferramenta permite que você alcance um potencial máximo de resultados, com base no que você já tem estabelecido previamente, como lances, palavras-chave, etc.
Dessa maneira, a lógica fica mais simples: tente sempre criar suas campanhas e deixar elas performaram com 100% de pontuação de otimização. E, para alcançar essa marca, basta seguir as recomendações automáticas apresentadas.
9. Considere aprender com o Google também
Este guia não compete nem substitui o que o próprio Google ensina sobre anúncios. Se você leu até aqui, percebeu que eu trago um conhecimento mais focado em vendas e atração de clientes para micro e pequenos empreendedores brasileiros. Você viu aqui dicas e análises que convergem mais com a sua expectativa de aprender como atrair muito mais clientes para o seu negócio usando a força do Google Ads.
Entretanto, o seu conhecimento sobre o assunto não pode terminar aqui. Você vai precisar seguir aprendendo e aplicando. O nono mandamento é bem precioso: não deixe de aprender Google Ads com o próprio Google. Eles têm muito conteúdo profundo sobre isso.
Com o próprio Google você consegue aprofundar detalhes técnicos e dúvidas mais específicas. Assim como se especializar em outras modalidades que falei muito pouco aqui, como anúncios para o Google Shopping e Rede de Display.
Minha dica é: comece já seus anúncios Google, sem rodeios, e vá adquirindo mais conhecimento pelo caminho.
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10. Tenha uma página de destino de alta qualidade
Foi difícil esperar até aqui para entrar neste assunto de extrema importância: a página de destino. Esta é a outra metade do bolo, tão importante para que você consiga, de fato, atrair clientes em abundância.
Siga com rigor o décimo mandamento deste guia: tenha uma página de destino de excelente qualidade. Só assim você atrai clientes e fechar novas vendas.
Imagina essa experiência hipotética: o usuário vai lá na busca, escreve “aulas de inglês em Belo Horizonte”, encontra o anúncio de uma escola e clica. O que ele quer ver do outro lado? Certamente a descrição de uma ótima oportunidade de aulas de inglês em Belo Horizonte. Se o conteúdo for convincente, ele vai querer avançar, preenchendo um formulário de cadastro ou até mesmo se matriculando (se o site oferecer a opção).
Como o objetivo final do Google é oferecer uma experiência cada vez melhor para o usuário, ele vai ler a jornada de quem clicou no seu anúncio e determinar o índice de qualidade das suas palavras-chave.
Lembra lá no terceiro mandamento sobre os três pilares que influenciam no Índice de Qualidade? A página (ou landing page) de destino tem peso de 39% de influência na sua pontuação de Índice de Qualidade.
Um exemplo que pode reduzir muito seu Índice de Qualidade é quando, após o usuário clicar no seu anúncio e ir para o seu site, ele volta pro Google e repete a mesma busca. Isso provavelmente quer dizer que o seu site não contemplou a busca dele.
Invista em um site rápido, com visual
profissional, que transmita segurança e objetividade para o usuário.
Tenha um site com conteúdos que ajudam seu potencial cliente em suas principais objeções. Não parta do pressuposto de que todos que chegam até o seu site estão prontos para comprar. Ajude-os antes, para que se tornem clientes.
Cumpra, com o devido rigor, as etapas de entrega de valor, rebatendo objeções básicas como: a qualidade e procedência do seu produto ou serviço, se é uma solução que pode de fato sanar as dores e problemas de quem compra e se o seu preço é coerente com a entrega de valor do seu produto ou serviço.
Seu site precisa evoluir junto com seu negócio
Não existe site ideal. Você vai precisar sempre otimizar seu site. Adote a seguinte concepção: se o seu negócio está em constante transformação evolutiva, o seu site precisa acompanhar este processo.
Evite aquela ideia de site pronto, que você deixa meses, ou anos, do mesmo jeito.
Assuma a ideia de que ele é um organismo vivo em crescimento. Você vai acrescentando conteúdo, melhorando a experiência e descrição das suas soluções, adicionando provas de resultados e depoimentos de clientes satisfeitos, otimizando os formulários de cadastros, lançando novos produtos e serviços, testando novos títulos e imagens. Não existem limites para essas melhoras.
Um bom caminho para isso é dar uma espiada no site dos concorrentes. Não é para copiar ou ficar desejando ter um site como do seu concorrente. Mas fique de olho em recursos e caminhos adotados, inspire-se, e construa a sua própria estratégia.