Marketing Digital para MEI e Pequenas Empresas: tudo que você precisa saber

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Se você é um dos milhões de Microempreendedores Individuais ou algum dos tantos donos de Pequenas Empresas no Brasil — e decidiu apostar em um negócio e viver o sonho de vê-lo crescer — este artigo é para você.

O MEI pode ser encarado como uma empresa de um homem só. Ele é capaz de cuidar de todas as ações de marketing necessárias? Se você também se pergunta isso, preparei um passo a passo para você pilotar sozinho suas ações digitais.

Já o proprietário de uma PME (ou de uma pequena empresa, simplesmente), está num segmento maior, mas muito vulnerável. A economia brasileira não é exatamente o que chamaríamos de estável, e é bom que o marketing esteja funcionando a todo vapor.

Leia este guia até o fim e veja como usar as principais ferramentas, criar estratégias e reduzir o tempo que você gasta com divulgações ineficientes. Ah, e se preferir conteúdos em vídeo, não deixe de dar uma olhada neste aqui embaixo. Mãos à obra!

Sabemos que a pandemia atrapalhou seus planos

Os MEIs e Pequenas Empresas são empreendimentos simples, de uma ou poucas pessoas formalizadas, mas com potencial de expansão e, inclusive, de sacudir a economia brasileira nos próximos anos.

Em 2020, o isolamento social mudou muito as regras do jogo para esses setores. Por exemplo, pequenos comerciantes, acostumados com a clientela local, passaram a depender da internet e dos recursos digitais para atrair consumidores.

Será que existe alguma boa notícia em meio a todas essas incertezas? Eu acredito que sim: a possibilidade de construir uma estratégia que atraia as pessoas aparecendo nos smartphones e computadores delas.

Depois de anos atuando com esse segmento, percebi que uma estratégia digital eficiente não precisa (nem deve) ser grande e complexa. Ela tem que ser fácil de compreender, sobretudo pelo seu cliente ideal, que é o foco.

Fique tranquilo: os conceitos que abordaremos abaixo vão ajudar a sua empresa a tirar proveito também dos novos contextos que o isolamento social criou — e, de quebra, a estar bem preparado quando ele acabar.

Um panorama dos Microempreendedores Individuais

O Microempreendedor Individual (MEI) pode faturar até R$81.000 por ano, o que dá R$6.750 por mês, em média. Os impostos que pagam estão em torno dos R$60 mensais fixos, dentro desse limite permitido de faturamento.

O número de MEIs mais que dobrou em apenas 5 anos no Brasil. A evolução foi de 4,96 milhões para 10,03 milhões, entre abril de 2015 e abril de 2020.

Em novembro de 2017, foi aprovada a Reforma Trabalhista, que incluiu a legalização da terceirização ampla. Essa mudança certamente impulsionou o crescimento dos Microempreendedores Individuais nesse período.

Veja a evolução dos MEIs nos últimos 7 anos:

Com o inchaço da categoria, aumentam também a competitividade e a necessidade de entender melhor a concorrência, alguns conceitos de empreendedorismo, gestão e marketing digital.

Hoje, o Brasil tem centenas de milhares de salões de beleza, lojas de roupas, pedreiros, vendedores, lanchonetes e muito mais. Veja alguns dados a esse respeito na imagem abaixo, retirada do site do SEBRAE:

CNAE

Atividade

Número de MEIs no Brasil

9602501CABELEIREIROS, MANICURE E PEDICURE782.109
4781400COMÉRCIO VAREJISTA DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS736.830
4399103OBRAS DE ALVENARIA444.739
7319002PROMOTOR DE VENDAS INDEPENDENTE328.673
5611203LANCHONETES, CASAS DE CHÁ, DE SUCOS E SIMILARES264.405

Não é fácil cuidar da produção e divulgação do próprio trabalho sozinho. Tocar o negócio, o marketing e as vendas juntos pode ser enlouquecedor. Mas como se destacar em meio à uma concorrência com tanto crescimento?

Se você enxergar o seu marketing digital como uma saída estratégica para evoluir o seu negócio, vai entender as razões de precisar assumir o controle de suas ações digitais desde o início.

No entanto, deixa eu comentar antes um mito que ronda o planejamento de marketing de pequenos empreendedores: a armadilha das redes sociais.

Se você ficar muito obcecado com curtidas, compartilhamentos e seguidores, o seu negócio não vai prosperar. Acredito que sua expectativa seja crescer por meio de vendas e não seguidores no Instagram, certo?

Dessa forma, não vou abordar estratégias de marketing digital para conseguir esses números que não geram vendas — que chamamos, não sem razão, de métricas de vaidade. O objetivo aqui é trazer novos clientes para o seu negócio.

As pequenas empresas no Brasil

Se você é um pequeno empresário, talvez não saiba a enorme importância do seu setor para a economia brasileira. Segundo dados do SEBRAE, 99,4% dos estabelecimentos brasileiros são de pequenas empresas.

Ainda, 52% dos empregos formais, no Brasil, até pouco tempo atrás, eram gerados pelas PMEs. No entanto, os riscos que esse segmento enfrenta, em muitos momentos, são desproporcionais ao seu tamanho.

Pequena empresa, pela legislação tributária brasileira, é aquela que com faturamento entre R$81.000 e R$3,6 milhões de reais anuais. Parece que esses valores são grandes, mas a verdade é que boa parte das PMEs não atinge o limite de 3 milhões.

Além disso, o segmento está distribuído, em sua maior parte, entre prestação de serviços e comércio (apenas uma pequena fatia faz parte do agronegócio ou da indústria), que são setores tradicionalmente vulneráveis.

Isso coloca o segmento, como você já deve ter sentido na pele, como um dos mais impactados pelos efeitos do isolamento social na economia.

A tendência, durante essa época, é que os consumidores limitem o consumo aos itens essenciais. Então, o pequeno empresário deve ser mais assertivo ao divulgar aquilo que oferece, o que dá menos terreno para erros no marketing.

Além disso, como já demonstramos, acontece uma transição forçada para o digital e a necessidade de atender pela internet. Muitas vezes, falta conhecimento e pessoal para colocar isso em ação.

Restaurantes se veem reféns dos aplicativos de entrega, por exemplo.

São necessárias modificações estruturais e, em casos mais graves, novos modelos de negócios. Tudo isso é caro e as novas formas de vender diminuem o lucro dos empreendimentos, o que costuma gerar um círculo vicioso.

Então, o primeiro ponto para se manter é estudar técnicas baratas e com grande potencial de resultado. Para ajudar nessa tarefa, listamos algumas maneiras de se informar (e informar sua equipe) sem precisar gastar rios de dinheiro.

Como estudar marketing digital gratuitamente

A maior parte dos pequenos empreendedores tem uma visão deturpada do marketing. Eles não conseguem diferenciar o marketing tradicional do marketing digital, ou pensam em marketing e vendas como uma coisa só.

Assimilar onde está cada coisa é importante e o caminho para isso está na sua própria educação sobre marketing digital.

Existem, na internet, opções de treinamentos muito baratos ou gratuitos sobre o assunto. Vou listar abaixo as que considero as melhores:

  • Máquina de vendas  — é o treinamento em marketing digital oferecido pela Marketing Digital 360. Um curso completo que fornece um passo-a-passo para construir um setor de vendas e um sistema de atração de clientes;
  • Google Primer — um app disponível para o seu Android ou iOS. Oferece acesso a mais de 15 especializações em português e dezenas de outras em inglês. O Primer tem treinamentos diversos e muitos deles são ligados à gestão de negócios, vendas e marketing;
  • HubSpot Academy — a HubSpot está para o marketing digital assim como o Google está para as buscas na internet. A empresa americana oferece cursos gratuitos (porém, quase todos estão em inglês): Inbound Marketing, Vendas Inbound, Design, Desenvolvimento e muito mais;
  • Endeavor Brasil — se autodefine como uma “organização de apoio ao empreendedorismo”. A Endeavor desenvolveu, em parceria com o SEBRAE, um curso compacto, de duas horas, cujo foco é o marketing digital para empreendedores. Ideal para quem anda realmente sem tempo;
  • Google Skill Shop — a plataforma oficial do Google de treinamentos profissionais sobre gestão de anúncios e uso de ferramentas de marketing e estatísticas;
  • Facebook Blueprint — a plataforma oficial do Face permite que você explore tutoriais detalhados que ajudam a adquirir conhecimento sobre marketing digital e trazer sua empresa para o ambiente virtual.

Algumas ferramentas baratas ou gratuitas

São inúmeros os softwares disponíveis para você cuidar do seu próprio marketing. Muitos deles têm preços acessíveis, e vou listar aqui três que gosto muito.

MailChimp

Uma plataforma de marketing com a cara do pequeno empreendedor, agora com conteúdo também em português. A versão gratuita do MailChimp oferece um mix de soluções que já permitem fazer muito sem gastar (quase) nada:

  • Criação de sites —  uma interface que permite a criação de sites ultravelozes, sem gastar nada. Você só precisa ter o seu domínio por fora;
  • Landing pages — as famosas páginas de captura de dados cadastrais dos seus potenciais clientes;
  • Pop-ups — formulários que aparecem sobre a tela em determinadas páginas do seu site;
  • Gestão de leads (contatos) — todo mundo que deixa o endereço de email no seu site ou landing page pode receber e-mails, newsletters e ter sua jornada examinado e analisado por você no MailChimp;
  • Disparo de e-mails — a primeira e mais importante função da ferramenta, e que deu origem a todas as outras;
  • Automações — envio automático de e-mails;
  • Anúncios no Facebook e Instagram vinculados à sua base de leads;
  • Remarketing de Google Display — é possível encontrar uma pessoa que está na sua base de leads e exibir um anúncio para ele ou ela na página de buscas do Google.

RDStation

Essa é a plataforma mais robusta de marketing digital genuinamente brasileira. Não tem versão grátis, mas o plano mais barato custa R$59 (sendo R$19/mês nos 3 primeiros meses).

Apresenta as mesmas funcionalidades do MailChimp, exceto criação de sites e gestão avançada de anúncios.

HubSpot CRM

Trata-se de uma poderosa ferramenta de gestão de vendas que tem uma versão gratuita já recheada de recursos. Vale a pena usá-lo para organizar o seu próprio processo de vendas.

Acredite, se você souber explorar os limites das versões gratuitas dessas três opções, vai alcançar resultados surpreendentes antes mesmo de precisar evoluir para as versões pagas e mais completas.


Marketing para MEI e PME: por onde começar?

O marketing digital para Microempreendedores Individuais (MEI) e para pequenas empresas não pode ser algo complexo. Mostrei acima opções de cursos e ferramentas para que você tenha uma noção de quanto potencial existe disponível por aí.

Defendo que você deve começar seu marketing com foco em um tripé de ações que, se bem coordenadas, vão trazer clientes para você de maneira consistente e crescente:

  1. Criação de um site de vendas;
  2. Anúncios nas pesquisas do Google;
  3. Anúncios de remarketing no Face e Insta Ads.

Vejamos cada um desses itens separadamente.

1. Criando um site de vendas

Um site não deve ser elaborado para servir apenas como um cartão de visitas ou um portifólio da sua empresa. Ele é um ativo valioso da sua empresa, e deve se modificar junto com ela.

É nele que as vendas acontecem, então ele deve ter uma estrutura que permita receber pedidos e atrair a atenção de potenciais clientes. Muita gente acaba se distraindo com o perfil do Instagram ou a página do Facebook, transferindo para esses espaços toda a expectativa de resultados que deveria ser depositada no site.

Eu escrevi um artigo com os elementos que não podem faltar no seu site de vendas e recomendo que você entenda os argumentos que construí por lá. Esse conteúdo é um excelente ponto de partida para começar a desenvolver o seu espaço na internet.

Se preferir um conteúdo audiovisual, fiz também uma versão em vídeo:

Caso você queira se aprofundar ainda mais sobre o assunto, recomendo que você baixe o guia que ensina como criar um site de vendas em 10 passos.

2. Anunciando seu produto ou serviço no Google Ads

Eu sou um grande defensor do Google Ads, afinal, foi ele que despertou meu encanto pelo marketing digital, quando eu criava campanhas para empresas de todos os tamanhos, tipos e categorias.

Todo mundo usa o Google o tempo todo para tirar dúvidas, pesquisar e comprar e vender. Ou seja, se você não aparece no Google, esteja certo de que pelo menos um dos seus concorrentes aparece.

Depois de criado o site, chega o momento de criar anúncios nas pesquisas do Google que apontam para ele. Afinal, para que as vendas aconteçam, é necessário ter tráfego qualificado chegando nas suas páginas.

Aqui no blog do Marketing Digital 360, você encontra um artigo com muitas dicas para turbinar seus anúncios no Google Ads. É uma ótima leitura para compreender a fundo essa que eu considero a ferramenta de anúncios número um da internet.

Aqui embaixo, vou deixar também um vídeo sobre o assunto. Se quiser se tornar um expert na criação dos anúncios, baixe o nosso guia com os 10 mandamentos do Google Ads e entenda a fisiologia das campanhas.

Caso você também queira se aprofundar mais sobre o tema, recomendo que você baixe o guia com os 10 mandamentos do Google Ads.

3. Fazendo remarketing no Face e Insta Ads

O remarketing serve para não perder a chance de continuar um relacionamento com alguém que já esteve no seu site, mas não chegou a efetuar uma compra.

Vamos acompanhar a jornada do consumidor para o remarketing ficar mais claro: seu potencial cliente encontrou você no Google, buscando por palavras-chave relacionadas. Mas ele não comprou, talvez por ter dúvidas, receio ou ter se distraído.

Então, o remarketing entra em ação, exibindo anúncios no Facebook e Instagram. Quando essa pessoa estiver rolando o Feed dessas redes ou vendo Stories, aparece um dos seus anúncios.

O Helder, um dos especialistas aqui do 360, escreveu o Manual Prático do Remarketing no Facebook Ads. Tem tudo detalhado sobre como ativar o seu remarketing usando o Facebook Ads, a plataforma de anúncios do Facebook. E tem também este vídeo aqui:

O mesmo post que o Helder escreveu está também disponível para download neste link, com uma versão ilustrada e bem bacana de ler.

Considere fazer automação de marketing

Uma automação de marketing é isso mesmo que o nome indica: uma forma de programar as ferramentas para executar automaticamente um trabalho para você.

Algo perfeito para o MEI o proprietário de uma pequena empresa, que tem problemas para lidar com tantos assuntos ao mesmo tempo, concorda? Então, você está prestes a descobrir algo precioso.

Para compreender melhor como funcionam as automações de marketing, vou exemplificar abaixo com 3 situações em que elas podem ser úteis.

Situação 1

Crie seus anúncios do Google Ads normalmente. As pessoas que clicarem nesses anúncios vão ser direcionadas ao seu site, onde um texto explica sobre uma determinada dúvida que elas possam ter.

No fim do conteúdo, coloque um CTA — uma chamada para ação como “saiba mais sobre o assunto clicando aqui” — que leva para uma landing page. Quem deixar os dados nessa página vai para a sua base de leads no Mailchimp.

Lá, uma série de e-mails estará programada. Essa pessoa recebe esses e-mails automaticamente, e eles caminham desde a solução de algumas dúvidas básicas até a apresentação do seu produto ou serviço como solução.

Situação 2

Você descobre que um dos artigos do seu blog tem bom posicionamento orgânico no Google. Então, o próximo passo é colocar um formulário no seu artigo, pedindo dados do consumidor potencial.

Esse formulário deve oferecer algo em troca dos dados — a inscrição em uma newsletter, por exemplo. Enviando textos a cada 15 dias ao seu novo lead, você pode fazer com que ela percorra o caminho que mencionei, desde a satisfação de uma dúvida até a decisão de compra, tudo de forma automática.

Os e-mails podem ser automáticos, e você pode selecionar múltiplas reações no software de automação (MailChimp, RD Station ou Hubspot, lembra?) para cada uma das ações que esse lead performar enquanto recebe o seu conteúdo.

As opções de automação são muitas. Basta ter imaginação e tirar um tempo para programar cada uma delas cuidadosamente. Com a prática, isso fica bem rápido, e você passa a conhecer melhor a mente dos seus leads.

Pilote o seu próprio marketing

Os pilares que apresentei não são complexos, mas vão exigir algum trabalho e sua parte. A vantagem é que esse trabalho vai ser desempenhado uma única vez, já que ele conta com automações.

Se criar a mentalidade de aprender a fazer e colocar em prática, você vai perceber mais cedo ou mais tarde que uma máquina de vendas foi criada. Ou seja, uma estrutura automática cuja maior parte funciona sem que você precise pôr a mão.

Minha sugestão é ir avançando um pouquinho de cada vez. Comece criando o site, desenvolvendo-o de um modo que você acredita ser o melhor para satisfazer as dúvidas dos seus potenciais consumidores.

Então, ligue os anúncios no Google Ads e, junto com eles, programe o remarketing no Face e Insta Ads. Depois disso, os contatos começam a chegar, e vai ser natural que você sinta falta de se relacionar com eles. Nesse ponto, entra a automação de e-mails.

De repente, você vai perceber que já está dando conta do seu próprio marketing digital sozinho. Aí, é receber novos clientes, vender, avaliar se eles são bons e fazer ajustes mínimos na estrutura.

Repare, eu não sou contra a ideia de o pequeno ou micro empreendedor contratar uma agência para fazer seu marketing. Pelo contrário, nós do Marketing Digital 360, vivemos disso. No entanto, você precisa saber como isso funciona.

Quando suas ações digitais refletem esse conhecimento, até a escolha de uma agência é mais bem-feita, sem falar que seu relacionamento com ela se dará em um nível muito mais alto.

O marketing digital para Microempreendedores Individuais (MEI) e pequenas empresas não é um bicho de sete cabeças, e tenho certeza que você conseguirá fazer o seu próprio a partir de agora. Organize-se e vença essa batalha!

Se leu até aqui, muito obrigado! Fique por perto que estamos sempre produzindo conteúdos como esse. Se quiser entrar em contato para entender como podemos ajudá-lo, basta clicar aqui e preencher o formulário!

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