Quem trabalha com criação lida, diariamente, com o desafio de ter boas ideias. E fica suscetível ao famoso bloqueio criativo.
Afinal, somos profissionais que precisam de sacadas e insights para cumprir prazos de projetos, rodar campanhas, realizar publicações e disparar emails.
Muitas vezes, o processo criativo emperra na primeira fase, a da criação de um conceito. E como ele é o mote para a produção começar a fluir, é mais que necessário um brainstorming.
Esse termo, que em inglês significa algo como “tempestade de ideias”, é uma arma poderosa para evitar o bloqueio criativo e fazer vir ideias ideias fora da caixa.
Como em qualquer processo, para se obter sucesso em uma reunião de brainstorming — e já sair de lá com a ideia o mais próximo possível da execução — uma boa dose de organização é necessária.
Veja como implementar alguns hábitos para transformar as suas reuniões de ideias em eventos altamente eficientes:
#1. Estimule os criativos constantemente
Assim como “saco vazio não pára em pé”, o criativo é movido a estímulos culturais, sejam eles audiovisuais ou escritos.
Essa é uma dica pré-brainstorming: busque informações sobre o cliente, mas vá além. Estimule a sua curiosidade por filmes, livros, espetáculos e shows. Esses são os combustíveis de qualquer profissional de criação.
Por exemplo, sugira para a empresa em que trabalha adotar o vale-cultura para seus funcionários. Esse incentivo que não tem validade, é aceito por quase todo comércio de bens culturais e que ainda traz benefícios fiscais.
#2. Prepare o ambiente
O primeiro passo para uma reunião de brainstorming dar certo é adaptar o ambiente para a criação coletiva.
Os criativos devem ficar distribuídos pelo espaço, confortavelmente. Você se sentar em uma mesa redonda, ou até não usar mesa nenhuma. Elimine qualquer tipo de ruído que dificulte o diálogo, e procure um ambiente com estímulos visuais.
Vale dizer, salas tranquilas e decoradas são mais eficientes do que ambientes corporativos comuns. Em muitas agências de publicidade, essas reuniões acontecem ao ar livre, ou em contato com a natureza.
#3. Prazos muito inflexíveis levam ao bloqueio criativo
As reuniões de brainstorming devem ter um horário de início, mas nunca uma hora para acabar. E sabe por quê? Porque ela só termina com a definição desejada.
Prazos muito curtos vão prejudicar o processo criativo. Além disso, não há uma medida exata de quanto tempo é necessário para se ter uma grande ideia. Não permita que o tempo seja mais uma coisa desviando o seu foco numa reunião como essa.
Não quero te aconselhar a estender a discussão durante um dia inteiro, longe disso. A ideia é usar o tempo da melhor forma possível, de modo que você não seja obrigado a pensar nele.
A próxima dica vai te ajudar a fazer isso.
#4. Foco no problema
É natural que, durante o processo, algumas ideias desconexas ou irrelevantes surjam. Afinal, a criatividade é um processo, até certo ponto, lúdico e livre.
Para evitar dispersão excessiva,no entanto, é interessante escolher um mediador entre a equipe. Ele vai se incumbir de manter o foco da discussão. Toda vez que alguém começar a sobrevoar, essa pessoa vai ser trazida de volta para o tema central.
#5. Estimule o ridículo, fuja do clichê
É mais fácil ver grandes ideias surgindo ao se pensar fora da caixa, do que quando se baseiam em pressupostos conservadores.
O célebre Donald Draper, Diretor de Criação da agência fictícia Sterling & Cooper costumava dizer, em alguns capítulos da série Mad Men: “não contrate meus serviços se você quiser continuar seguindo na mesma direção”.
De início, deve-se permitir todo tipo de ideias, por mais impossíveis ou absurdas que sejam. O momento do brainstorming é de criação, e não deve haver espaços para preconceitos.
Desde que seja pertinente ao assunto discutido, qualquer insight deve ter um mínimo de espaço, mesmo que ele pareça cru, descontínuo ou ridículo.
#6. O papel é seu melhor amigo
Documente todas as opiniões, insights e pensamentos. É sempre bom ter tudo anotado quando a equipe for discutir a melhor solução, Nesse momento, ideias aparentemente desconexas podem acabar se completando.
Pode ser que você volte àquela ideia na qual não apostava e, com a ajuda de outros insights posteriores, desenvolvê-la.
Além do mais, ideias anotadas no papel estão registradas para sempre. Se não servir para esse cliente, pode servir para outro, no futuro.
#7. Críticas não são bem-vindas, sugestões sim
Essa é uma tarefa para o moderador do brainstorming. Críticas às ideias de um colega de trabalho apenas diminuem o potencial dele. Aliás, é uma regra que vale para todos os momentos da rotina de uma empresa.
O moderador da sessão deve estar atento ao surgimento dessas críticas, e impedir que uma discussão desnecessária tenha início.
#8. Faça valer a “tempestade de ideias”
O que queremos dizer é que, quanto mais ideias, mais material. Aí fica fácil: você tem muito material pra separar e escolher.
#9. Leve o brainstorming para casa
Em muitos casos, uma boas ideias vem em momentos inusitados. Eis aí porque você não deve esperar reuniões de criação para tê-las.
Leve o problema para casa, se você já sabe da reunião ou acabou de sair dela com uma solução que ainda não agradou a todos.
Trazer o processo para o âmbito individual pode fazer toda a diferença num ramo em que os profissionais são facilmente influenciados por opiniões alheias.
#10. Uma boa ideia pronta vale mais que mil inacabadas
Após a reunião de brainstorming, descanse a mente. Seu cérebro precisa processar os palpites criativos para definir o que é bom para o contexto e para o cliente.
Aliás, isso me lembrou de outra ótima frase de Don Draper: “Pense sobre o tema da campanha profundamente e depois se esqueça dele. Quando tiver se esquecido completamente, uma ideia vai aparecer na sua frente”.
Conhecimento é a matéria-prima de qualquer boa ideia. Então, que tal baixar o nosso infográfico sobre a importância da Gestalt para designers? Uma técnica como essa garante os melhores insights!